Diziam todos: - Vá estudar garota, vá ser médica, advogada ou engenheira, que escrever asneiras não vai alimentar sua fome.
Mas ela sabia o que queria, para ela seus sonhos a mantinham viva, sonhar era combustível que a fazia levantar todos os dias e rabiscar num pequenino caderno o começo de uma grande história. O horizonte é distante e as estrelas inalcançáveis, mas ela precisava ser feliz do seu jeito, por mais que ninguém a entendesse.
Foi então que numa noite verão pegou um trem rumo ao horizonte, iria a cidade grande vender seus sonhos. Tinha meros 18 anos, mas escrevia com amor e era amor sincero, o amor pelas letras.
Conseguiu um hotel barato que suportasse o dinheiro que carregava no bolso, e cochilou. Agora eram 5 da manhã e ela levantou, foi tentar a sorte que havia sido jogada ao vento assim que saiu de sua casa. Olhou ao redor, era tudo diferente, as pessoas, as vidas, as histórias. Olhou seu caderno todo rabiscado, será que aqui haviam somente asneiras? pensou confusa. Uma lágrima caiu, agora estava com medo, triste e sozinha. Seria meu sonho impossível? E numa fração segundos havia dito todas as palavras que jurou nunca dizer.
Mas sempre foi uma garota forte, sabia que precisava fazer aquilo para ser feliz. Chegou em uma editora, então prometeram ler com carinho sua história, e ela voltou ao hotel.
No outro dia levantou cedo e novamente, pelo mesmo caminho percorrido no dia seguinte, foi a editora. Assim que chegou na esquina foi assaltada, depois começou a chover e rápido já estava ensopada e desesperada. Chegando na editora os seguranças não a deixaram entrar, estava suja, molhada, sem carteira para identificação. O desespero foi mais forte e então ela começou a gritar pelos seus sonhos, os seguranças exigiam silencio e ela continuava a gritar. Não sabiam se chamavam o hospício ou a polícia, optaram pela segunda opção, "Foram necessários cinco ou seis deles para segurá-la enquanto alguém chamava a polícia." Ela já estava quase desfalecendo sem voz , sem forças e sem esperanças. Quando bem de longe escutaram uma voz: - Soltem-na, o que esta havendo aqui? O segurança disse: -Essa louca senhor, está aqui gritando por seus sonhos, diz ela que é escritora, parece mais uma sem teto. E o homem respondeu: - Sem teto? Ela é ''A dona dos sonhos" mais esplêndidos que eu já vi na minha vida, soltem-na, ela é a nossa nova escritora.
Ela cambaleou enquanto em pé, pensou em desmaiar mas nem isso conseguiu, ficou inerte por um segundos então falou: - "A dona dos sonhos" é tudo o que eu sou, é um livro que conta não a história da minha vida e sim a história da minha'alma.
Agora, depois de correr atrás de sua felicidade, e a encontrar ela assina seus autógrafos dizendo: Os sonhos são como as estrelas ou como o horizonte, são distantes parecem infinitamente longe, mas não são inexistentes,se você tem um sonho, sonhe, porque para quem sonha o infinito está logo ali na esquina.
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